PORTO ALEGRE TRAÇA O FUTURO DA MOBILIDADE: ENTENDA O PLANO QUE VAI TRANSFORMAR A CAPITAL
A mobilidade urbana de Porto Alegre está prestes a passar por uma profunda transformação. O Plano de Mobilidade Urbana (PMU) da capital gaúcha, aprovado pela Câmara Municipal em julho de 2022, foi recentemente apresentado a engenheiros durante o evento "Café Bom Dia Engenharia", realizado na sede social da Sociedade de Engenharia do RS (Sergs). O encontro serviu para esclarecer dúvidas e coletar sugestões de profissionais que atuam diretamente com infraestrutura urbana.
TRANSPORTE
11/3/20253 min read


Porto Alegre Traça o Futuro da Mobilidade: Entenda o Plano que Vai Transformar a Capital
A mobilidade urbana de Porto Alegre está prestes a passar por uma profunda transformação. O Plano de Mobilidade Urbana (PMU) da capital gaúcha, aprovado pela Câmara Municipal em julho de 2022, foi recentemente apresentado a engenheiros durante o evento "Café Bom Dia Engenharia", realizado na sede social da Sociedade de Engenharia do RS (Sergs). O encontro serviu para esclarecer dúvidas e coletar sugestões de profissionais que atuam diretamente com infraestrutura urbana.
Os Números que Revelam Uma Cidade em Transformação
O diagnóstico apresentado pelo secretário-adjunto de Mobilidade Urbana (SMMU), Matheus Ayres, e pelo coordenador de Planejamento da secretaria, João Paulo Cardoso Joaquim, traz dados que explicam a urgência das mudanças. Antes da pandemia de Covid-19, Porto Alegre contava com impressionantes 800 mil usuários diários de ônibus. Esse número despencou para 600 mil na atualidade, evidenciando uma mudança significativa nos hábitos de deslocamento da população.
Paralelamente, o número de automóveis particulares continua crescendo. Atualmente, circulam 575 mil veículos pelas ruas da capital, e as projeções indicam que esse número deve atingir 620 mil até 2032. Esses dados demonstram claramente a necessidade de repensar como as pessoas se movem pela cidade e qual será o papel do transporte coletivo no futuro próximo.
Um Plano Vivo e Democrático
Diferente de documentos estáticos que ficam engavetados, o PMU de Porto Alegre foi concebido para ser dinâmico e participativo. "Viemos apresentar programas e escutar sugestões das pessoas que lidam com a engenharia. O plano não é estático e prevê revisões ordinárias. Estas revisões são feitas a partir do diálogo, que é o que estamos fazendo: dialogando as sugestões para melhorar o que já temos", explicou Ayres durante o evento.
Essa abordagem colaborativa garante que o plano se adapte às necessidades reais da população e incorpore contribuições técnicas de especialistas que conhecem profundamente os desafios da mobilidade urbana.
Metas de Curto, Médio e Longo Prazo
O PMU estabelece ações estratégicas com horizontes temporais bem definidos, focando nos anos de 2024, 2028 e 2032. Conforme o governo municipal, a prioridade será fortalecer o transporte coletivo, melhorar as condições para pedestres e ampliar a infraestrutura cicloviária, promovendo modais de transporte mais sustentáveis e democráticos.
Um dos principais programas é o "Mais Transporte", que possui três ou quatro eixos essenciais. Destaque para a manutenção da tarifa de ônibus em R$ 4,80. "Se o governo federal fizer sua parte com subsídios, podemos baixar para R$ 4,00, melhorando a quantidade de viagens e linhas disponíveis à população", apontou o secretário-adjunto, sinalizando possibilidades concretas de ampliação e barateamento do sistema.
Modernização da Governança
Entre as mudanças já implementadas está a substituição do antigo Conselho Municipal de Transportes Urbanos (Comtu) pelo novo Conselho Municipal de Mobilidade Urbana (Commu), aprovado pelo Legislativo porto-alegrense recentemente. Embora prevista como meta de médio prazo, a medida foi antecipada devido à sua importância estratégica.
"Ela é a modernização de um espaço de diálogo e democracia. O transporte coletivo é essencial, mas é apenas um tema da mobilidade urbana. Precisamos também discutir questões mais amplas com a sociedade em um lugar apropriado. Precisamos melhorar a fluidez da cidade, o plano semafórico e o melhoramento das calçadas", comentou Ayres, sinalizando uma visão integrada que vai além dos ônibus.
O futuro da mobilidade em Porto Alegre está sendo construído com planejamento, tecnologia e participação social. Um modelo que pode inspirar outras cidades gaúchas a repensarem seus sistemas de transporte.